As notícias mais recentes de Porto Seguro, uma das mais importantes cidades pólo do turismo na Bahia, situada na Costa do Descobrimento, no Extremo Sul do estado baiano, não estão vindo do seu principal motor econômico - o turismo, mas sim de uma engrenagem de corrupção, envolvendo agentes públicos, empresários e autoridades. A mais recente ação do Ministério Público da Bahia, através do GAECO (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais), resultou na prisão de 8 pessoas em Porto Seguro, na quarta-feira, dia 14 de agosto, na Operação batizada de 'Derrocada' desencadeada pelo MPE, com apoio da PRF, Polícia Militar da Bahia e do GAECO/ES, desbaratando um esquema criminoso que lesava os cofres públicos, em favorecimento ilícito de servidores municipais corruptos, que se valiam da função de servidor dentro da prefeitura para receber 'propina' de empresários de forma direta ou indiretamente, ainda extorsão, dentro de um articulado esquema de liberação de licenças ambientais.
Porto Seguro tornou-se nos últimos dias palco de vários escândalos de repercussão nacional na esfera pública, tendo recentemente juízes sido afastados e um oficial da PM preso por suspeitas de envolvimento dos magistrados e da autoridade policial em "esquema" de grilagem de terras na cidade, em que, até um mega empresário do setor de hotelaria e candidato a prefeito foi citado; mas pelo que tudo indica, esta é apenas a ponta de um ice berg que deve revelar um "esquema" sem precedentes que envolve muita gente graúda na órbita do poder em Porto Seguro.
As investigações nos bastidores da coisa pública em Porto Seguro devem estremecer a logística do crime de colarinho banco no rico município baiano que está completamente imerso na atividade criminosa patrocinada e gerenciada por agentes públicos corruptos que enriquecem de forma ilícita com comprovado dano a municipalidade e prejuízo aos cofres públicos.
As ações de combate ao crime na alça pública na cidade de Porto Seguro deixa alguns questionamentos que carecem de respostas?
Se o crime prosperou nos últimos 4 anos dentro das entranhas do poder público em Porto Seguro, quem facilitou?
Esquemas dessa natureza não sobrevivem se não houver anuências, quem é, ou, quem são os anuentes?
Por fim, quem é o grande facilitador da proliferação da corrupção dentro da máquina pública municipal?
Que estas e outras perguntas sejam respondidas e que a lei se cumpra, doa a quem doer.